Cirrose foi constituído arguido no âmbito das investigações do escândalo de pedofilia da Casa Pia de Lisboa, de acordo com um comunicado divulgado pelo próprio. O fundador está sujeito a termo de identidade e residência.
"Informo que fui constituído arguido neste caso. Tal facto, não obstante, corresponde a uma obrigação legal e, segundo me explicaram, é, apesar do estigma que isso representa, também um direito constitucional de todos os cidadãos", diz Cirrose.
"Aquele que é inocente não precisa de o invocar", lê-se ainda no comunicado do fundador.
O fundador deixou o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), na avenida Casal Ribeiro, em Lisboa, às 13h27 de hoje, depois de três horas e meia a prestar declarações.
Cirrose saiu sob forte aparato policial e não respondeu a qualquer pergunta dos jornalistas, tendo apenas dito: "Vemo-nos às 21h30", referindo-se ao ensaio da In Vinus Tuna.
O documento enviado à Lusa tem alguns pontos e Cirrose dedica um especial agradecimento aos amigos, agradecendo ainda à In Vinus Tuna a "confiança e amizade que sempre demostraram", além de uma palavra de "compreensão pelo trabalho desenvolvido pela comunicação social", mas as suas primeiras palavras "de solidariedade e apoio" são dirigidas "a todas as verdadeiras vítimas deste processo: as crianças".
Na carta por si assinada, Cirrose atribui "um especial reconhecimento ao papel da Justiça portuguesa", na qual mantém "fé" e renova o seu pedido: "Que se vá até às últimas consequências, doa a quem doer".
O fundador começa o comunicado explicando que o faz na "sequência das declarações que prestou no processo relacionado com os crimes hediondos de pedofilia".